DOENÇA CELÍACA: Saiba mais sobre essa doença, diagnóstico e tratamento

A doença Celíaca é uma enteropatia também conhecida como DC, uma doença do Intestino caracterizada por atrofia total ou subtotal da mucosa do Intestino Delgado proximal e consequente uma má absorção de água e nutrientes, podendo ter origem inflamatória, autoimune, medicamentosa ou idiopática, caracterizada pela intolerância permanente ou hipersensibilidade do organismo ao glúten, desencadeada por mecanismos autoimunes nos indivíduos geneticamente predispostos. A DC com seu quadro clínico típico e principalmente atípico tem se mostrado mais frequente do que se imaginava.

A DC pode se apresentar sob as formas clássica, não clássica e assintomática.

A forma clássica se inicia entre 24 meses e 06 anos de vida com sintomas de emagrecimento, diarreia crônica, distensão abdominal, vômitos, irritabilidade, falta de apetite, atraso no crescimento, diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia muscular e em alguns casos hipotonia. A continuidade no consumo de glúten pode levar o paciente a enfermidades graves, como linfoma, carcinomas do esôfago, adenocarcinoma do intestino delgado, lesões hepáticas e pancreáticas.

A forma não clássica ou atípica é caracterizada pela ausência dos sintomas digestivos ou quando presentes, estes ocupam um segundo plano. Manifesta-se mais tardiamente, com um quadro mono ou poli sintomático e os pacientes podem apresentar manifestações isoladas, como por exemplo baixa estatura de causa desconhecida, anemia por deficiência de ferro, anemia resistente à ferroterapia oral, dermatite serpentiforme, hipoplasia do esmalte dentário, constipação intestinal, osteoporose, infertilidade, abortos de repetição, artralgia ou artrite e epilepsia associada a calcificação intracraniana. Um grande número de pessoas descobrem a intolerância ao glúten depois de ter consumido esses alimentos por toda a vida, sem ter havido sintomas da doença. Ainda não se sabe como ocorre essa rejeição tardia do organismo. O que se sabe é que a fisiopatologia da DC é complexa, resultado muitas vezes da interação entre fatores ambientais (glúten), predisposição genética e imunológicos (auto anticorpos).

O reconhecimento da forma assintomática da doença, especialmente entre familiares de primeiro grau de pacientes celíacos, tornou-se mais fácil a partir do desenvolvimento de marcadores sorológicos específicos para a DC.

Por se tratar de uma patologia extremamente complexa com relação às manifestações ocasionadas pelo organismo, tornar-se muito importante uma avaliação minuciosa de exames para que uma vez que o diagnóstico seja positivo, o paciente tenha uma vida normal depois de conscientizado sobre a gravidade da enfermidade e iniciado para toda vida uma nova dieta alimentar.

RELAÇÃO DA DOENÇA CELÍACA COM OUTRAS DOENÇAS

Uma das preocupações atual em relação às doenças associadas com a DC é a prevalência de algumas dessas patologias como diabetes, osteoporose, artrites além de outros fatores neurológicos e psicológicos. Os adultos que são acometidos com DC apresentam na sua maioria grande risco de baixa de densidade mineral óssea (DMO), aumentando o risco de doenças ósseas como osteoporose etc. Nota-se que nos últimos anos, tem constantemente chamado a atenção para o simples fato de que a DC sem soma de dúvidas, predispõe em anormalidades a alterações no metabolismo do cálcio pelo organismo.

DIAGNÓSTICO

Além dos sintomas citados no segundo parágrafo como parâmetros de diagnóstico Clínico, é de suma importância fazer uso de exames diagnósticos laboratoriais de marcadores sorológicos específicos (anticorpo antigliadina), e casos sugestivos a biópsia de intestino delgado para confirmar e concluir com um diagnóstico preciso e seguro.

TRATAMENTO

O tratamento para os portadores de DC é unicamente dietético, devendo ser excluído definitivamente o glúten da alimentação por toda a vida. No Brasil, como intuito de amenizar as dificuldades da adesão ao tratamento, surgiram as Associações de Celíacos. No início de 1994, alguns pais de celíacos fundaram a ACELBRA, que tem como fundamento, orientar os pacientes quanto à doença e a dieta sem o glúten.

O QUE É O GLÚTEN?

É uma proteína presente em cereais como trigo, aveia, cevada, centeio e malte, ingredientes presentes em praticamente toda dieta humana, que é constituída por prolaminas e gluteninas.

As prolaminas tóxicas encontram-se no trigo (gliadina) cevada (hordeina) e centeio (cecalina). Estes peptídeos são resistentes à digestão pelas enzimas gástricas e pancreáticas e alcançam a lâmina própria do intestino delgado, possivelmente em consequência de aumento da permeabilidade intestinal.

O glúten é o fator indutor da doença, e é muito comum paciente tomar ciência da doença após anos consumindo alimentos ricos em cereais sem manifestações dos sintomas que indicam a patologia.

Atualmente não há dúvidas de que a doença celíaca é uma afecção mais comum no Brasil do que previamente se supunha, por outro lado, assim como ocorre em outras partes do mundo, pode permanecer sem diagnóstico por prolongado período de tempo.

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Marco Petrus Dotta
Biomédico – Acupunturista
CRBM 5879
Especialista em Medicina Chinesa

 

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