A Ferritina é uma proteína produzida pelo fígado, responsável pelo armazenamento e reserva de ferro. Assim, o exame de ferritina sérica é feito com o objetivo de verificar a falta ou excesso de ferro em nosso organismo.
O ferro, por sua vez, além de prevenir a anemia, também funciona como uma espécie de “combustível” para que uma das células do sangue chamada hemoglobina transporte oxigênio para todo o corpo.
Quando a ferritina está alta indica que há excesso do mineral, e é importante considerar que a ferritina alterada leva a perda de qualidade de vida ou mesmo de vitalidade e precisa ser tratada. Quem sofre com essa condição tende a sentir dores nas articulações, cansaço e possivelmente falta de ar, bem como dores abdominais.
Os possíveis fatores relacionados ao aumento da ferritina no sangue, descritos em diversas literaturas e revistas científicas, são os processos inflamatórios silenciosos, que não são somente de origem hepática (hepatite ou cirrose), mas também de situações como traumas, pneumonia, neoplasias, doenças reumáticas, resistência à insulina, assim como também deve ser considerado a Esteatose Hepática, Síndromes Metabólicas e a hemocromatose genética.
Ao contrário do que muitos pensam, é importante entender que ferritina sérica alta não significa necessariamente que o organismo tenha excesso de ferro e que na maioria das vezes, não é isso que ocorre.
De acordo com a literatura e artigos publicados por cardiologistas e clínicos, as causas mais comuns desta alteração são decorrentes de síndromes metabólicas, principalmente do ferro e da insulina, em função da obesidade, acúmulo de gordura no fígado (Esteatose hepática), gordura visceral e diabetes. Nestas situações, os níveis alterados de ferritina são chamados de hiperferritinemia dismetabólica.
Um estudo australiano indica que cerca de 90% dos casos estão associados com estas patologias e somente 10% com excesso real de ferro no sangue.
Portanto fica o alerta para que as pessoas com ferritina elevada por síndromes metabólicas diversas estão na faixa de risco de doenças cardiovasculares, como infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Por outro lado também é importante salientar que é necessário o controle e a redução dos níveis séricos por excesso de armazenamento de ferro (ferritina alta), para evitar a formação de radicais livres que aumentam o estresse oxidativo causando danos no DNA celular provocando futuras doenças degenerativas mais graves, como Parkinson, Doença de Hodgkin, catarata, alguns tipos de câncer, doença senil, Alzheimer, degeneração macular, infarto do miocárdio, AVC, enfraquecimento do sistema imunológico, envelhecimento, bem como artrite, arteriosclerose, entre outros.
Perder peso através da redução de carboidratos para melhoria do metabolismo e reduzir o consumo de carne vermelha colaboram para reestabelecer o nível normal de ferritina e do bem-estar.
Porém, dependendo de cada caso, o paciente não precisa necessariamente afastar-se de alimentos ricos em ferro.
Quando bem diagnosticada a elevação da ferritina e fechado o diagnóstico como distúrbio metabólico (obesidade, níveis elevados de gordura no sangue, diabetes, entre outros) e descartado o diagnóstico como um excesso de ferro, em geral uma alimentação saudável pobre em gorduras e balanceada em carboidratos e proteínas, associada a exercícios físicos regulares é uma excelente medida para o tratamento.
O que é Hemocromatose Genética?
Com menor incidência na população a hemocromatose é um dos principais problemas relacionados ao acúmulo de ferro nos tecidos, principalmente coração, fígado e pâncreas, e pode causar lesões graves. Além de alterar a taxa de absorção de ferro pelo intestino, ela também pode gerar o acúmulo e toxicidade de diferentes tecidos. Pode ter causa hereditária ou secundária, mas a causa determinada por condições genéticas é a mais comum.
Esta doença, na maioria das vezes não apresenta sintomas, caracteriza-se pela facilidade em acumular o mineral (duas a três vezes mais) e que, quando não tratada, pode levar a outros problemas como cirrose e câncer de fígado, deformações articulares, cardiopatia, hipotireoidismo, diabetes e problemas hormonais.
Mesmo com a confirmação do diagnóstico de hemocromatose ou de uma sobrecarga de ferro, a sangria nem sempre é a primeira conduta para o tratamento. Ela está condicionada a valores encontrados nos exames, presença de lesões ou mau funcionamento de algum órgão.
Além dos problemas já citados, as taxas altas de ferritina também podem estar relacionadas a:
- Anemia hemolítica;
- Anemia megaloblástica;
- Doença hepática alcoólica;
- Linfoma de Hodgkin;
- Infarto do miocárdio e infertilidade em homens;
- Leucemia;
- Câncer;
- Infecções (inclusive Covid-19);
- Infertilidade
- Entre outros
Em caso de ferritina elevada, deve-se realizar também uma avaliação de outros exames laboratoriais:
- Saturação da Transferrina;
- PCR ultra sensível;
- VHS;
- Fibrinogênio;
- Ácido Úrico;
- Homocisteína.
Em geral, o tratamento se dá por meio de mudanças na alimentação e recomenda-se evitar alimentos ricos em ferro e em vitamina C, pois ela atua na absorção do mineral no corpo.
Algumas dicas alimentares:
Kefir, leite e derivados (fontes de cálcio), abobora, cenoura, batata doce, tomate, grãos e leguminosas, café, chá verde (antes ou depois das refeições), peixe, frango, peru, banana, maçã, pera, melão, mamão, chocolate amargo.
Evitar: Vitamina C (suco de limão, acerola, laranja, morango) e multivitamínicos principalmente no horário do almoço, evitar também frutos do mar e moluscos.
Em quantidades ideais, ferro e ferritina são muito importantes para o organismo, por isso é sempre importante ficar de olho em suas taxas.
Você sabia que Acupuntura também trata as principais causas mais comuns desta alteração, evitando assim futuras doenças degenerativas mais graves? Procure um profissional habilitado.
Dr. Marco Petrus Dotta
Biomédico – Acupunturista
CRBM – 5879
Especialista em Medicina Chinesa